sábado, 29 de janeiro de 2011

Varese, 27 de janeiro de 2011.

“Sei stata bavíssima oggi!”
Dani, 5 anos.

Aqui vai um depoimento emocionado! Domingo, 23 de janeiro, fizemos a apresentação do “Quando Crescer, Eu Quero Ser...” na cidade de Varese, norte da Itália, do ladinho de Milão. Era a comemoração dos vinte anos do Progetto Zattera, uma associação que se dedica ao trabalho para crianças e jovens, a partir das Artes Cênicas, reunindo teatro, literatura e um pouco de danças populares.
Foi a primeira vez que apresentei este espetáculo para o público infantil italiano. Em 2007, quando estive na Itália, apresentei o mesmo espetáculo ainda muito muito “fresco”, era a 4ª apresentação e, pra quem nos conhece, sabe que nosso trabalho vai se fazendo no encontro com o público, como era o apenas o 4º encontro, pode-se imaginar o quão frágil ainda estava o espetáculo. Mas aquela ocasião, em 2007, era igualmente especial, porque foi feita para as crianças do povo Saharawi, uma nação que vive refugiada no Saara Ocidental, sem direito à terra. Na ocasião tinha um grupo de crianças Saharawi e italianos adultos, as crianças estavam bastante curiosas do trabalho e os adultos presentes muito generosos com o espetáculo.
Neste domingo, em Varese, já com o espetáculo bastante maduro, tivemos o primeiro encontro com o público infantil italiano, o que, sem dúvida, causava uma certa apreensão. E, para resumir um pouco, a frase que vai na epígrafe deste texto ouvi no final desta apresentação. Para mim, realmente, não precisa mais nada! Talvez uma taça de um bom vinho italiano para celebrar não apenas o sucesso do espetáculo, mas o encontro com o Progetto Zattera, compartilhando o desejo (por caminhos bastante diferenciados) de produzir para crianças e jovens.
Fica registrado aqui também (de maneira igualmente emocionada!), porque acreditamos que aquilo que está produzindo bons resultados deve ser comentado, a importância da parceria com o Ministério da Cultura e com a Funarte. Quando somos contemplados pelos editais públicos nos empenhamos em fazer com que este investimento produza relações de continuidade que possam gerar outros projetos ou outras ações de cooperação que, sem o investimento primeiro, talvez nunca pudessem acontecer. Assim, o Teatro Xirê pôde realizar seu trabalho de um extremo a outro do planeta. Do Equador à Índia, passando por festivais profissionais ou situações mais sociais e formativas, estivemos com nossos espetáculos emocionando e surpreendendo platéias e, sem dúvida, aprendendo muito com elas.
Retornar à Itália depois de 4 anos e olhar para o percurso percorrido, tendo o retorno que tivemos neste domingo, não apenas das crianças, mas também dos adultos presentes, alguns deles brasileiros residentes, nos faz acreditar que temos trilhado uma estrada, no mínimo bastante coerente, nos faz felizes!!!
Escrevo do ponto de vista do Teatro Xirê porque este “depoimento emocionado” se refere à apresentação de domingo, mas a realização e idealização deste projeto onde estamos inseridos, não seria possível sem a existência da Trânsito Produções que, em si, é também fruto deste caminho percorrido.
Na foto abaixo (de Karen Berestovoy) estamos, da esquerda para a direita, na fila em pé (de adultos!): a terceira sou eu, Andrea Elias (idealizadora e proponente deste projeto); Norberto Presta (coordenador do projeto que organizou este “périplo” pela Europa) e Martin Stigol (diretor do Progetto Zattera).
Fizemos com o Zattera uma entrevista que será postada em breve. Até a próxima!




Ainda em Barcelona, 19/01/11.

Na 3ª feira (18/01) assistimos um ensaio do último espetáculo da companhia, chamado “El Mal Menor”, que aconteceu no espaço onde têm sua sede de trabalho. Nesta semana eles apresentam o espetáculo fora de Barcelona e na semana que vem no “Mercat de les Flores”, espaço de referência da Dança em Barcelona. Como não conseguimos coordenar nossas datas para nenhuma das apresentações, assistimos um ensaio que eles generosamente abriram para nós.
Aqui vai o relato de Pablo Molinero (Los Corderos) sobre nossa semana de trabalho. Eles têm um projeto chamado “Encontronazos” dentro do qual prevêem o encontro com outras companhias e inauguramos o projeto.
Segue em castelhano porque uma das coisas que temos presenciado no projeto, e quem tem sido muito bonita, é o esforço que temos empenhado em nos compreender nas diferentes linguagens. Esforço este que convido os visitantes deste blog a fazer!

Então, por Pablo Molinero:

En el marco de planificación de los primeros encontronazos 2011-2012 se llevó a cabo el primer encuentro entre loscorderos y la compañía Teatro Xire (de Brasil), en el espacio de creación Can Gasol de Mataró.
En unas primeras sesiones se orientó el trabajo de manera que cada compañía, de forma alternativa cada día, se hiciera cargo de guiar las sesiones con el fin de exponer y compartir su vocabulario de trabajo. Estas sesiones primeras no iban destinadas tanto a enseñar ejercicios o estéticas artísticas, como a establecer puntos de contacto -algunos en común y otros enfrentados- en el trabajo propio de cada compañía en relación a temas básicos del trabajo escénico.
Algunos de estos temas pueden ser el trabajo con el cuerpo a partir de pautas específicas (focalizadas por ejemplo en la columna vertebral), el trabajo con el espacio (diferentes enfoques entorno a la composición espacial), el trabajo con el tiempo (la dilatación), el trabajo relacionado con la escucha (en base a impulsos recibidos de los compañeros), el trabajo con la voz y los resonadores, con el texto, etc.  Aunque son temas recurrentes en el trabajo escénico que todo creador ha de plantearse y trabajar -por lo que no suponían una novedad para nadie- lo interesante ha sido observar y cuestionar las perspectivas y los enfoques de dichos temas por parte de cada uno de los integrantes. Ahí es donde aparecieron las dudas y las aseveraciones particulares de cada uno, puestas en común y en contraposición. Una labor importantísima en el crecimiento profesional y que raramente tenemos el tiempo y el espacio para debatir y cuestionar mediante la práctica y en colaboración con otros profesionales.
Un capítulo a parte que mereció especial atención y dedicación, fue la relación entre el cuerpo y la voz. Pues ambas compañías pertenecemos al indefinido territorio que no renuncia a ninguna de las posibilidades expresivas ni del movimiento ni del texto, sin casarnos por ello con convenciones estrictamente dancísticas o teatrales, sino con la impredecible mezcla de ambas.
En una segunda etapa de los encuentros  -y una vez establecido un suelo común de trabajo (conceptos práctico-técnicos compartidos, tanto sobre el cuerpo como sobre la voz, perspectivas cuestionadas y encontradas, etc.)- surgió la necesidad de enfrentarse a esos temas en común en relación a materiales artísticos concretos. Esto quiere decir que empezamos a trabajar dichos conceptos relacionándolos con textos, propuestas físicas o dramatúrgicas específicas aportadas por ambas compañía. Es decir, la dimensión creativa del trabajo artesanal. En esta fase las sesiones fueron conducidas simultáneamente por todos los miembros de ambas compañías en permanente diálogo, abandonando por lo tanto los terrenos conocidos y guiados por una compañía u otra, y adentrándonos en los territorios comunes como profesionales individuales, pero desconocidos como grupo colectivo.
Surgieron también aquí muchas reflexiones de ámbito más teórico entorno a cuestiones dramatúrgicas del trabajo. Entorno a cuestiones concretas de ciertas improvisaciones, pero también relacionadas con cuestiones dramatúrgicas más generales. Se habló de la dramaturgia invisible que surge entre cuerpos conectados en el espacio por ciertas pautas de trabajo -en su mayoría pautas físicas- y su aportación a percepciones más teatrales. Y también de la aparición de la voz en ciertas situaciones, el modo de relacionarla dramatúrgicamente con el cuerpo, con el resto de compañeros, con el espacio, y de las posibilidades de significado y sentido del texto en relación a dichas situaciones físicas.
Como conclusión, más allá del resultado artístico de ciertas propuestas concretas en las que se profundizó y que no vamos a valorar aquí -pues no es ése el objetivo último de los  encontronazos 2011-2012- la percepción global de todos los participantes ha sido muy positiva. Hay una expresión común en la que todos coinciden al valorar la experiencia, enriquecimiento profesional. Además de permitir que cada compañía indagara en ciertos temas creativos que le interesan actualmente –como propuestas de ciertos textos concretos, situaciones teatrales, pautas físicas, etc.- ha sido sobretodo, una vía muy fructífera para afianzar conocimientos y ampliarlos. Yendo más allá de una mera muestra o exhibición de diferentes formas de trabajar, y  más allá también de una mera colaboración artística entre dos colectivos, que pactan una tierra común entre sus diferentes estéticas. Se ha tratado más bien de profundizar en nuestro oficio y sus enfoques prácticos, entre profesionales de distintas procedencias y estéticas pero preocupaciones comunes. Cuerpo y voz. Espacio. La escena.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Barcelona, 12 de janeiro de 2011

Hoje estivemos num espaço chamado La Caldera, que nos chamou bastante a atenção pelo seu histórico e pela maneira criativa e cooperativa com que aparentemente administram o lugar. Chegamos até eles por indicação de Leo Castro, atriz e bailarina que é companheira de Pablo Molinero, do Los Corderos. Carles Mallol, fundador da companhia Senza Tempo, nos recebeu super bem e nos apresentou o espaço.
Trata-se de um galpão com três grandes estúdios, um em cada andar, uma pequena sala de apresentação com cerca de 70 lugares no andar térreo, um “espaço de convivência” (um bar com pequeno serviço e ampla sala para promover o encontro entre os residentes e visitantes, promover conversas, reuniões). No mesmo andar do “espaço de convivência” esta a “principal”, sala onde se concentram os escritórios das companhias fundadoras da Caldera.
O que nos chamou a atenção foi a forma de administração do espaço, que é privado mas que sobrevive com subvenção pública, neste caso das três esferas de governo. Logo no início a Caldera era um espaço muito alternativo, sem aquecimento, frio, e funcionava em um andar somente. Com o desenvolvimento do projeto foram ganhando outros andares do prédio e hoje ocupam o prédio inteiro com projeto de comprá-lo nos próximos anos.
São quatro companhias de dança fundadoras do lugar e, ao todo, são 12 companhias residentes, todas com um pequeno escritório funcionando no lugar.
Além das companhias residentes o espaço desenvolve também projetos sociais que ainda não tivemos muito tempo de examinar como funcionam. O bacana foi conhecer uma idéia cooperativa de administração de um espaço privado, que se mantém com dinheiro público e favorece a existência de outras companhias. Os escritórios das companhias não estão em salas privadas, mas em mesas vizinhas umas às outras, o que acaba promovendo o encontro entre elas e uma espécie de caos criativo no espaço. Isso, para nós, foi bastante interessante observar: que as companhias trabalham em cooperação, não estão cada uma fechada em seu espaço esconde seus projetos umas das outras, ao contrário, estão convivendo com seus problemas de diversas ordens e alimentando um projeto em comum enquanto desenvolvem seus próprios projetos.
Assim como La Caldera, a maioria das companhias e espaços que mantém um trabalho significativo recebem subsídio público, o que é bastante positivo por um lado, mas que parece também causar uma espécie de dependência não muito saudável por outro, mas isso é tema para uma reflexão específica que pretendemos postar daqui a pouco.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Barcelona, 6 a 8 de janeiro de 2011.

O diário de hoje vai como resumo dos três últimos dias. A postagem ficou atrasada porque dia 6 terminamos muito tarde e dias 7 e 8 trabalhamos o dia inteiro para podermos ter o domingo livre, chegamos ao fim do dia muito cansados, então, lá vai um resumo dos três últimos dias do nosso encontro que, teoricamente, terminaria por aqui, mas nos parece que voltaremos a nos encontrar na próxima semana. Vejamos como segue o fluxo dos acontecimentos...
Nos últimos três dias seguimos trabalhando com as frases de movimento que criamos, jogando algumas “pautas” com elas, o que quer dizer que tínhamos uma frase de movimento-ação, que a uns apetece chamar “partitura”, a outros “seqüência”, e eu, por exemplo, chamo “frase”. Praticamos o exercício de jogar o que David e Pablo (Los Corderos) costumam chamar "pautas": regras simples e objetivas que devem ser seguidas pelos jogadores; a pauta pode ter início, meio e fim, como um jogo de improvisação teatral e suas regras e condições são sempre físicas. Em todas as “pautas” propostas tínhamos a frase de movimento que criamos juntos como material que nos colocava num território comum, uma espécie de texto que podíamos dizer em coro ou através do qual dialogar, embora tenhamos também trabalhado com a voz falada e com alguns fragmentos de textos que, no decorrer dos dias de trabalho, acabaram de algum modo se integrando.
A seqüência / partitura / coreografia foi usada como uma espécie de gramática para jogarmos em grupo.
Com a seqüência de movimento criada jogamos algumas “pautas” e durante as improvisações tocamos alguns lugares que nos pareceu interessante aprofundar um pouco mais. Assim, começamos a recriar algumas situações de improvisações sempre a partir da “pauta” e nunca a partir da situação criada. O objetivo não era repetir o que havia sido feito anteriormente, nem recuperar nenhuma situação de movimento, nem eles nem nós trabalhamos sobre o princípio da repetição. O objetivo era mesmo o de ir mais fundo em algumas situações que nos pareceram interessantes e verificar até onde podíamos ir com ela.
Do meu ponto de vista, muito particular, aqui se evidencia o problema da escritura cênica. Embora ele já esteja presente no momento em que começamos a improvisar e selecionar pequenos pontos aos quais regressar para criar uma pequena seqüência de movimento, quando precisamos voltar a alguns lugares já experimentados, aprofundar suas atmosferas, explorar suas linhas de tensão e, quem sabe, seu desenho no espaço, improvisando com outros corpos, atuamos de maneira mais evidente no exercício da escrita e, por conseguinte, na questão dramatúrgica, ainda que nós quatro tenhamos feito o árduo exercício de não colocar nossas idéias sobre o que estava acontecendo a não ser pela proposição das “pautas”.
...........
Ao final de um desses dias de trabalho sugeri a Pablo e David pensarem sobre a pergunta: “Que tipo de interesse poderia nos unir se fôssemos pensar um projeto em comum?”.
Mais uma vez apareceram dois pontos reincidentes em nossas conversas: o corpo no território "entre" e a formação neste território. Sobre o primeiro ponto o que conversamos foi que esta história do corpo entre a Dança e o Teatro não está para nós como um objetivo em si, mas como uma consequência de nossos modos de pensar e construir a cena, não é um propósito a priori. Todos nós passamos por classes de dança e teatro em nossas formações, e o que nos ficou delas foram os princípios que nos possibilitam colocar o corpo no tal estado de comunicação potente que falamos dias atrás. Então, neste sentido, não estamos preocupados em nos definir dentro de uma certa linguagem, o que para todos nós, muitas vezes, é um problema para preenchimento de ficha técnica ou solicitação de financiamento.
E quando falamos sobre a nossa própria formação tocamos também aquela que nos propomos fazer quando ministramos um workshop, pois aí também não se trata de ensinar formas ou fórmulas, quando pensamos sobre a formação que queremos proporcionar o fazemos a partir dos conceitos que desejamos expandir e aprofundar. Aqui começamos a refletir sobre o propósito deste projeto, as relações entre arte, pedagogia e política. O bom é que chegamos a isto a partir de nossa prática, como convém ao nosso modo de pensar, e não sobre uma "reflexão exclusivamente teórica" sobre os conceitos implícitos ao projeto que ora desenvolvemos.



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Barcelona, 5/01/11

Estamos trabalhando cerca de 4 ou 5 horas por dia e é lindo estar num encontro onde estas horas trabalhadas não se vê passar. De novo nos debruçamos um pouco sobre a questão do corpo ente a Dança e o Teatro. Durante nossos encontros temos nos proposto exercícios que passeiam entre os princípios do teatro físico, do teatro antropológico e da dança. Na verdade o que parece que temos buscado em nossas pesquisas é um modo de colocar o corpo, este sim tema central dos nossos trabalhos, numa qualidade potente de comunicação onde não nos pareça necessário distinguir em que linguagem ele estaria se baseando, ou como eu e Norberto costumamos dizer: um corpo que seja capaz de dançar enquanto age.
Mais uma vez aparece uma pergunta que também surgiu nos debates que aconteceram no Cacilda Becker durante nossa ocupação: estamos querendo inventar uma outra linguagem ou dar um outro nome pra algo que vem sendo feito há pelo menos 50 anos? Tão pouco me parece que seja isto, mas diante de uma certa escassez de formação neste território híbrido o que vimos buscando sintonizar são alguns princípios de trabalho que para nós são pertinentes a esta forma de pensar a cena, e esta opinião a compartilhamos com David e Pablo, do Los Corderos.
As fotos são do espaço onde estamos trabalhando.








quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Barcelona, 4/01/11.

Hoje, eu e Norberto propusemos o trabalho em sala que, em suma, parte de princípios muito semelhantes aos deles, as dinâmicas a partir dos apoios do corpo, a mobilização da coluna vertebral para despertar as “memórias do corpo” e estimular os impulsos. Enfim, abordagens muito diferentes com o pensamento sobre um território em comum. Propusemo-nos a trabalhar a partir de amanhã recuperando alguns materiais que surgiram nos trabalhos de ontem e de hoje, desta forma pretendemos colocar o foco mais precisamente nos procedimentos de construção dramatúrgica, como cada um de nós recolhe as experiências criativas e começa a conectar sentidos a partir deste material.
O que também é importante registrar neste tipo de troca é a confiança com que temos nos entregado ao trabalho. Principalmente pelo fato de não nos conhecermos anteriormente em sala de trabalho, assistimos uma apresentação deles em Fortaleza e eles conheceram fragmentos de nossos trabalhos em vídeo, além disto conversamos muito sobre fazer teatro, dança, performance, mas esta é nossa primeira experiência de trabalho juntos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Barcelona, 3 de janeiro de 2011

Hoje começamos na sala de trabalho com o Los Corderos. Não tínhamos aqui nada pré-concebido, desejávamos com eles primeiramente uma troca de trabalho. Conhecemo-nos no FILO (Festival Internacional de Londrina) em 2009 e somente no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, onde também nos encontramos no mesmo ano, tivemos a oportunidade de conhecer seu espetáculo “Crónica de José Agarrotado”. Além da afinidade pessoal que tivemos com o grupo identificamos rapidamente algo que nos interessava na linguagem por eles proposta e que se confirmou no dia de hoje, enquanto trabalhávamos. São comuns os elementos que fazem parte do treinamento técnico, apesar da abordagem bastante distinta, e identificamos também pontos em comum nos nossos interesses com o fazer “cênico”. No dia de hoje eles orientaram o trabalho, amanhã nós seremos os propositores.



Barcelona, 30/12/10

Chegamos de viagem por volta das 10h da manhã de 30 de dezembro, depois de termos deixado o Rio de Janeiro saindo de casa às 11h do dia 29, ou seja, quase um dia inteiro viajando. Como foi longa a viagem, aproveitamos para continuar o trabalho de comunicação do projeto: enviamos o boletim inaugural do aeroporto de Guarulhos e, não deu outra, foi o boletim com o endereço errado do blog... Mas conseguimos fazer a primeira comunicação oficial antes de deixar o Brasil, o que era nosso desejo.
Aqui em Barcelona, chegamos muito cansados, mas com a saudade dos amigos do Los Corderos, já começamos a trabalhar falando de como andam as coisas por aqui e tentando esclarecer mais pouco sobre o projeto. Não tem jeito, são realidades muito diferentes, vivemos sob condições absolutamente distintas em muitos níveis, eles explicam como é por aqui e nós sentimos necessidade de ouvir a mesma explicação muitas vezes mais, nós explicamos e sentimos que eles entendem um pouco, mas que a maior pretensão da proposta do projeto é mais difícil compreender, temos tempo ainda...
Ainda no dia de hoje foi fechada a última parceria para um espaço de trabalho mais aquecido, é inverno por aqui, onde começamos nossos encontros na 2ª feira (3/01/11).